Visita à Galeria da Associação Alfaia

Exposição Lunário Perpétuo

Alfaia

“Prognóstico geral e particular”, um Lunário Perpétuo é um almanaque produzido no séc. XVI, por um matemático espanhol, mais tarde traduzido para o português, com o intuito de orientar e aconselhar as pessoas que o liam dos mais variados aspetos da vida.

A exposição que se pretende ensaiar prende-se com os temas que um Lunário Perpétuo abraça. Desde a “regra para saber a quantos graus se acha a Lua em qualquer signo”, até aos “proveitos de algumas sangrias em diversas partes do corpo e das ventosas”, a arte contemporânea tem-se debruçado por assuntos que, apesar de atuais, são fruto de um tempo em que os dias, os meses e os anos eram regidos por outras regras que não as das ciências exatas do agora.

Se os ventos, as árvores ou os mares são utilizados hoje por vários artistas portugueses como objeto da prática artística, já o eram como ofício de agricultores, pescadores ou caçadores que utilizavam este livro como guia das estrelas, da medicina ou do tempo.

“Lunário Perpétuo” pretende apresentar um conjunto de artistas que vai ao encontro do que este pequeno livro convoca – as matérias seminais daquilo que a humanidade sempre estudou; e a experiência humana subjugada àquilo que a natureza incondicionalmente nos dá. Em todas estas coisas, uma questão oculta: se o “prognóstico geral e particular” de um lunário não será a mesma adivinhação que se prende com a criação artística.

Obras de: Maria Capelo, Maria Trabulo, Inês Mendes Leal e João Mariano

Curadoria: João Francisco Reis

Maria Capelo, natural de Lisboa (1970), cidade onde vive e trabalha, expõe regularmente desde 1996. Ganhou o Prémio FLAD de Desenho 2022 e as suas obras integram várias coleções públicas e privadas, entre as quais se destacam a Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa; Colecção de Arte Contemporânea do Estado, Portugal; Colecção de Arte Portuguesa Fundação EDP; Colecção Norlinda e José Lima, Centro de Arte Oliva, São João da Madeira; e Fundação Carmona e Costa, Lisboa.

Maria Trabulo (Porto, 1989) é artista visual e investigadora baseada no Porto (PT). Fez mestrado pela Universidade de Artes Aplicadas de Viena (AUT) e atualmente frequenta um doutorado na Escola das Artes – Universidade Católica do Porto, Portugal. Desde 2012, a artista tem desenvolvido uma carreira artística prolífica e o seu trabalho tem sido apresentado em vários formatos, em exposições coletivas e individuais em instituições, museus e galerias, além de espaços de arte independentes e residências artísticas na Áustria, Alemanha, Irão, Itália, França, Grécia, Portugal e Espanha.

Inês Mendes Leal (1997) é uma artista multidisciplinar que vive e trabalha em Lisboa. A sua prática artística centra-se «na ação que o ar exerce sobre as coisas, explorando de que forma pode recriar essa presença dinâmica, que ocorre no exterior e recriá-la no interior ou no espaço expositivo».

João Mariano vive e desenvolve os seus projetos entre Aljezur e Lisboa. Atualmente, desempenha funções na agência 1000olhos – Imagem e Comunicação. Há mais de duas décadas que tem vindo a desenvolver diversos projetos no extremo sudoeste de Portugal, que originaram vários livros e exposições.