Exposição Tradição, Tecnologia e Arte
A exposição dos artefactos realizados no âmbito do Doutoramento em Média-Arte Digital é um momento de elevada experimentalidade e um dos pontos altos do retiro anual que visa proporcionar um espaço de experimentação e teste junto do público, em contextos comunitários e culturalmente ricos, e promover a maximização do impacto através de uma preocupação com o meio (geográfico, social, cultural) em que se apresenta. Através do contacto direto entre artistas e público procura-se o enriquecimento da exploração e investigação dos próprios artefactos. Os trabalhos que a compõem são alvo de atenção dedicada nas unidades curriculares de Projeto de Arte Computacional e de Intervenção Artística e Interculturalidade, que promove uma curadoria participativa e colaborativa por parte dos próprios artistas/estudantes.
Estão aqui reunidas dez obras oriundas de Portugal, Moçambique e Brasil (nove delas realizadas por estudantes e apresentadas na Casa José Saramago, e uma obra realizada propositadamente para este evento pelos dois artistas convidados pela Direção do DMAD, Jônatas Manzolli e Marcos Mucheroni, e apresentada no Museu Municipal de Óbidos), e que são expostas em Óbidos sob o moto “Tradição, Tecnologia e Arte”. A média-arte digital conduz-nos, assim, em percursos que vão desde a preservação e disseminação de bens culturais até aos vícios do mundo moderno, leva-nos a leituras da diferença de perceção visual até à perceção da saúde pública, faz com que nos deixemos levar pelas sensações e emoções associadas ao inescapável fluxo de informação quotidiana e à sinestesia dos sons e imagens, e obriga-nos a refletir sobre as figuras marcantes de diversas épocas e sobre as ações coletivas de destruição em curso no planeta.
Esta mostra foi antecedida por várias etapas individuais de conceção, produção e planificação, sendo o resultado de um trabalho iniciado em setembro de 2018 até ao momento da inauguração, onde houve lugar ao desenho do conceito dos artefactos, das suas narrativas, das experiências a proporcionar, da elaboração de protótipos e respetiva afinação, da construção final e do próprio planeamento da exposição. Coletivamente os artistas trabalharam modelos de curadoria e intervenção artística em média-arte digital, e desenvolveram colaborativamente o projeto de curadoria e intervenção artística, incluindo o conceito e a imagem da exposição.
Os ícones representam cada um dos ideais aqui reunidos: tradição, tecnologia e arte, sendo a Cruz de Malta um “T” estilizado (tradição); o sinal “+” um outro “T”, tecnológico, aditivo e construtivo; e o asterisco simbolizando a arte e todas as formas, caminhos e inspirações que ela potencia e multiplica (em informática o asterisco é frequentemente usado como símbolo universal, podendo assumir qualquer valor, mas também como sinal de multiplicação).
As cores remetem para o vermelho, verde e azul característicos dos sistemas computacionais RGB, mas apresentam pequenas nuances nas cores bases, introduzidas pela mão humana.
As linhas usadas no cartaz aludem à arte generativa, mas também à tecelagem e tantas outras artes tradicionais, como o entrelaçar de linhas, vimes e fibras diversas. E, afinal, aos próprios trajetos pessoais e artísticos, que aqui se cruzam nesta Vila tão especial.
Veja aqui os projectos de arte computacional em exibição.
Projetos de Arte Computacional DMAD:
Be Another One
Emotions to Scenes
Não Vás, Ó Mbila
Olhares sob Faces
Quintal dos Sons
Rejeitorio
Seven
Sinta, Ouça, Ame (S.O.A.)
Storyternative
Projeto convidado: