Pedro Henriques

PEDRAS QUE GRITAM

CONCEITO

O artefacto artístico “Pedras que Gritam” apresenta-se como sendo uma instalação audiovisual que visa consciencializar o público para a necessidade de preservar o património cultural imaterial, recorrendo à técnica de tocar pedras da ribeira praticada pelo Grupo das Pedrinhas de Arronches, como exemplo.
A obra consiste em três peças videográficas, cada uma exibida num suporte independente, que em conjunto criam uma narrativa visual alinhada da esquerda para a direita. Cada peça representa uma fase distinta da técnica de tocar pedras e está inserida num loop contínuo, de modo cíclico.


A acompanhar os vídeos, existe uma composição sonora criada pelo artista J. P. Miranda, a partir dos sons emitidos pela técnica de manuseio das pedras. No centro do artefacto, estão disponíveis conjuntos de pedras destinados à interação do público, as pedras podem ser manuseadas de acordo com a representação videográfica.
A interação do público é a própria mutação do artefacto. O artefacto “Pedras que Gritam” pretende despertar a curiosidade e sensibilidade do público para a necessidade emergente de preservar este património cultural imaterial. A obra convida o público a vivenciar uma narrativa e a interagir com os “instrumentos”, de modo a compreender a importância de salvaguardar esta prática cultural única.

Conceitos-chave: Cultural Imaterial; Identidade Cultural; Média-Arte Digital; Videoarte

INSTRUÇÕES DE UTILIZAÇÃO/USUFRUTO

De modo a garantir uma fruição completa com o artefacto, o público deve interagir com o mesmo através do manuseio dos conjuntos de pedras disponibilizados na zona central da peça. Esta ação não é forçosa, o artefacto pode ser apenas contemplado sem a necessidade de participação direta por parte do público.
A interação do público com o artefacto permite a mutação do mesmo. Numa primeira fase, as características do objeto são imutáveis, mas quando o público participa, o artefacto sofre mutações com base na sua performance. Sempre que não houver interação, o artefacto mantém-se imutável.

OBJETIVO DE INTERVENÇÃO/COMUNICAÇÃO

O artefacto pretende despertar a curiosidade e a sensibilidade do público para a necessidade emergente de preservar este património cultural imaterial. A obra convida o público a vivenciar uma narrativa e a interagir com os “instrumentos”, de modo a compreender a importância de salvaguardar esta prática cultural única. Os Cubos luminosos (vermelhos) procuram reforçar a necessidade emergente, mas também criar a sensação de desconforto junto do público. A trilha sonora pretende estabelecer um ambiente intimista e de desconforto, mais uma vez indo ao encontro da precariedade em que se encontra este património.

TECNOLOGIAS E TÉCNICAS UTILIZADAS

O artefacto artístico “Pedras que Gritam” utiliza tecnologias audiovisuais e técnicas digitais desenvolvidas através de softwares de manipulação criativa. A obra é exibida em três monitores, onde cada um transmite um vídeo esteticamente manipulado e inserido num loop contínuo. A trilha sonora, criada por J. P. Miranda numa mesa de mistura, utiliza os sons das pedras gravados em estúdio, no Instituto Politécnico de Portalegre. No centro da instalação, conjuntos de pedras recolhidas na ribeira de Arronches permitem a interação do público, replicando a técnica do Grupo das Pedrinhas de Arronches. Os monitores e as pedras estão sobre quatro cubos luminosos: os cubos dos monitores emitem luz vermelha, simbolizando a urgência do tema, enquanto o cubo das pedras emite luz azul, remetendo à ribeira de onde foram coletadas.

REFERÊNCIAS E INFLUÊNCIAS ESTÉTICAS

O desenvolvimento do artefacto surge com base nas referências e influências estéticas de alguns artistas contemporâneos. Uma das artistas que surgem em primeiro plano é Kasumi, que define a sua arte como uma abordagem à memória e às câmaras de eco da memória – um ciclo perpétuo de feedback de padrões que cria a consciência. Joseph Kamaru, e o modo como se faz valer do som como um meio sensorial para manifestar interpretações sociais, materiais e conceituais nas suas criações. De seguida surge a influência de Bill Viola, que faz uso do vídeo como recurso para explorar os fenómenos da percepção sensorial e estabelecer um caminho para o autoconhecimento. Nam June Paik, considerado o pai da videoarte, também foi um dos nomes que figuram como referência, as suas videoinstalações de caráter artivista contribuíram como inspiração para a estética e discurso da obra. Por último as obras de Yayoi Kusama também tiveram uma papel importante no desenvolvimento do artefacto, a forma como a artista comunica nas suas instalações através da cor influenciaram algumas opções estéticas do artefacto.

Diário Digital de Bordo: https://notch-streetcar-01e.notion.site/Pedro-Henriques-DDB-PMAD-9f2bc208916a4898b6cfdcec61d7c2e5

Pedro Henriques

Designer transdisciplinar; Consultor de marca, especializado em potencializar com PME’s; CMO de uma empresa de gestão desportiva; Professor Assistente no Instituto Politécnico de Portalegre. Trabalha há mais de dez anos com o setor social, atualmente preside uma IPSS. Licenciado em Design de Animação e Multimédia, Pós-graduado em Formação Pedagógica em Ambientes e Tecnologias Digitais, Especialista em Design de Identidade Digital (IPP) e Doutorando em Média-Arte Digital (UAb/UAlg).