Cláudia Nunes
CONTINENTE
CONCEITO
Continente é um artefacto que recorre à video-instalação e que propõe uma reflexão sobre o espaço privado e o espaço público, o interior (o eu) e o exterior (os outros), a casa e a natureza. Inspira-se também no conceito do psicanalista Alfred Bion, continente-conteúdo e na relação primária que é promotora e criadora do pensamento.
Uma relação que se constrói numa dinâmica à medida do tempo. Continente e conteúdo são indissociáveis, às vezes ambíguos outras vezes complementares. Este artefacto pretende evocar lugares e memórias onde é possível sentir emoções através das imagens, sons da natureza, poesia e onde é possível chegar a diversos lugares, também interiores. O artefacto tem videoarte como elemento principal. Através dos videoporteiros o espectador poderá ouvir a poesia de Cláudia R. Sampaio e desta forma resgatar memórias, emoções e lugares. É através da poesia que se evoca o mundo interior. Os videoporteiros representam essa ligação entre o espaço privado e o espaço público. Eles relacionam-se, subvertem-se, dialogam e fazem parte de um todo, que somos nós.. Os videoporteiros fazem a ligação entre o mundo exterior e o mundo interior do espetador através das imagens projetadas e do áudio em forma de poesia.
OBJETIVO DE INTERVENÇÃO/COMUNICAÇÃO
Os videoporteiros são objetos que de alguma forma criam uma ligação entre o espaço interior, o espaço da casa e o espaço exterior. São objetos analógicos que evocam memórias não só pelo tempo que têm mas também através das imagens que irão reproduzir. Através deles o espectador irá confrontar-se com o seu eu. Para isso deve levantar os auscultadores para aceder à poesia da Cláudia R. Sampaio. Será possível também visualizar imagens com conteúdos da natureza que serão projetados.. São dois mundos paralelos mas que se completam, vivem em relação e fazem parte de um só.
TECNOLOGIAS E TÉCNICAS UTILIZADAS
A estrutura principal é composta por um círculo de madeira onde estão instalados videoporteiros analógicos. Nesse sentido há um resgate das tecnologias mais antigas e uma adaptação às mais contemporâneas. Através destes objetos de outros tempos o espetador terá a possibilidade de os ver noutro contexto.
É um convite à reflexão das nossas memórias, dos nossos lugares interiores e exteriores, através de tecnologia com história mas ao mesmo tempo contemporânea.
REFERÊNCIAS E INFLUÊNCIAS ESTÉTICAS
A ideia para este artefacto surgiu a partir dos próprios objetos, os videoporteiros. Depois surgiu um outro elemento, a Natureza.
Os videoporteiros foram retirados do seu lugar comum e transformou-se a sua função. Posteriormente surgiu a ideia de recorrer a conteúdos da natureza (em vídeo) de forma a evocar memórias quase num registo documental. A videoarte é o elemento condutor desta transformação. De uma forma geral os artistas que recorrem à video-instalação/videoarte foram fonte de inspiração.
Conceitos-chave: Videoarte, natureza, bem-estar, média-arte digital
Diário Digital de Bordo: https://www.tumblr.com/claudianunesdmad
Cláudia Nunes
Iniciou a sua formação artística na área do vídeo com 16 anos. Mais tarde fez formação no Ar.Co e na Sociedade Nacional de Belas Artes em Pintura. Quando termina a licenciatura em Psicologia Clínica e da Saúde realiza um curso de Pós-Produção Audiovisual na Restart e um Workshop Intensivo de Realização na New York Film Academy. Trabalhou como editora de vídeo numa produtora de cinema e de televisão. Colaborou na edição e pós-produção de documentários. Mais tarde produziu um festival de cinema e saúde mental ao longo de 7 edições no qual teve também a função de programadora. Em 2023 termina a licenciatura em Artes Visuais na Universidade do Algarve. É atualmente aluna do 1º ano do Doutoramento em Média-Arte Digital da Universidade do Algarve e Universidade Aberta.