10:00 – Tomada de Posse e Inauguração da Sede
10:00, segunda-feira, dia 10
Convento do Espírito Santo
A sede do 10º Retiro DMAD é o Convento do Espírito Santo, em Loulé.
A tomada de posse contará com as representações institucionais da Universidade do Algarve, da Universidade Aberta, da Diretora do Doutoramento em Média-Arte Digital, Doutora Mirian Tavares, a representação institucional da Câmara Municipal de Loulé, e do organizador do Retiro Doutoral, Doutor António Costa Valente.
Os espaços destinados ao retiro situam-se no primeiro andar, confinando com o claustro do CES, onde decorrerão as atividades sociais (convívio e outras).
Existe um auditório de grandes dimensões, e ao lado do auditório um espaço destinado aos secretariado e docentes (backoffice).
Também nas imediações do auditório, e com entrada pelo corredor do claustro, existem duas salas (uma delas sendo um corredor largo – sala 1 – e a outra com um formato quase quadrado – sala 2) destinadas à exposição dos artefactos. A poucos metros de distância, e também com acesso pelo corredor do claustro, embora devendo depois percorrer um pequeno acesso, encontramos a sala 3, que é uma antecâmara da sala 4.
Sobre o Convento do Espírito Santo
Segundo um documento existente no Arquivo Histórico Municipal de Loulé, Baltazar dos Reis, pregador de Sua Majestade, Ministro e Procurador dos Frades Menores da Ordem de S. Francisco na Província do Algarve, refere que o Convento das Freiras Franciscanas de Nossa Senhora da Conceição começou, em 1684, por uma casa de recolhimento de mulheres desprotegidas situada junta à Ermida de Nossa Senhora dos Pobres.
Em 1693, o Padre João Aguiar Ribeiro solicitou autorização ao Senado da Câmara para que a comunidade religiosa passasse a usar a Ermida do Espírito Santo, administrada por esta edilidade. Após parecer positivo, instalaram-se numa casa contígua a este templo e gradualmente adquiriram mais casas que “foram anexando huas às outras sem regularidade alguma, nem forma de claustro”.
O reconhecimento papal efectuou-se somente em 1711 através de um Breve de Clemente II.
As religiosas, em número médio de trinta, seguiam a Regra Concepcionista, que estava agregada à Ordem de S. Francisco. Tinham como objectivos fundamentais a vida contemplativa, consignada a exercícios de piedade e mortificação.
Como era usual na época, a Igreja tinha uma só nave, com as paredes revestidas de azulejaria figurativa, que foi retirada em 1888. O retábulo era de talha barroca, tendo, em 1737, servido de referência ao douramento de um outro exemplar existente na capela do Santíssimo Coração de Jesus do Convento de S. Francisco de Tavira.
O terramoto de 1755 afectou este edifício: “Caiu muita parte do Convento das Religiosas de que se lhe fez acomodação em uma cabana na sua cerca e saíram muitas para casa de seus parentes com a ordem e a licença do seu Prelado”.
Com a implantação do Liberalismo as Ordens Religiosas foram extintas, tendo este convento encerrado em 1836.
A Câmara Municipal de Loulé e o Tribunal Judicial ocuparam parte das antigas instalações conventuais. A Igreja do Espírito Santo foi desactivada, após consulta aos responsáveis diocesanos e transformada em Teatro, onde actualmente se encontram instalados o depósito e o laboratório do Museu Municipal. A restante parte do Convento foi vendida em hasta pública a dois particulares, que a transformaram em casas de habitação.
Como se afirmou anteriormente, este Convento não teve claustro durante bastante tempo. Em 1785 referia-se ainda a sua ausência.
No entanto, parece ter sido construído na década seguinte. É a dedução que se faz de uma carta da Abadessa, datada de 27 de Fevereiro de 1798, dirigida ao Bispo D. Francisco Gomes de Avelar, informando que “se não fosse o muito que V. Ex.ª dá (…) e as obras que tem feito, não sei se havia fazer estes gastos tão preciosos”.
O claustro sobressai como o elemento de maior relevância, tendo sido determinante na reestruturação arquitetónica e consequentemente religiosa que se impunha realizar.
À semelhança do que aconteceu noutros edifícios religiosos em que se destacou a acção mecenática deste prelado, também aqui se fez sentir o seu empenho ao patrocinar a construção do claustro conventual.
A sua postura assenta em princípios estéticos racionais que oscilam em termos formais entre as normas então em moda, o neoclassicismo e os valores da arquitectura chã, que se mantiveram vigentes na região algarvia por todo o século XVIII.
A obra realizada em Loulé parece filiar-se em termos artísticos nos claustros seiscentistas de um outro ramo franciscano, os Capuchos, de que sobrevive um exemplar nesta cidade, no Convento de Santo António.
Tal como acontecia nos restantes conventos, as cercas constituíam o local onde as comunidades religiosas cultivavam alguns alimentos para o seu sustento.
Com a expropriação dos bens conventuais, a parte norte da cerca deste convento foi cedida, em 1866, ao filantropo Conde Ferreira que nela mandou construir uma escola primária, à semelhança de outras que fomentou no país. Na sequência da desactivação do edifício em 1975 e da criação do Centro Histórico de Loulé, a autarquia assume como imperativo a revitalização do espaço da cerca. Após a demolição da escola, promoveu, em 1989, escavações arqueológicas e o projecto arquitectónico para a futura praça.
Actualmente o espaço outrora ocupado pelo Convento e sua cerca alberga a Galeria de Arte Municipal, bem como o Instituto Superior D. Afonso III.