18:30 – Inauguração da Exposição “Rizoma”

18:30, terça-feira, dia 11

Este projeto de curadoria foi realizado, de forma colaborativa, por todos os artistas-investigadores que dele fazem parte, de acordo com os pressupostos e requisitos necessários para a organização da exposição, que nos foram apresentados na Unidade Curricular de “Curadoria e Intervenção Artística Digital”.

Através da dedicação, diálogo contínuo, sugestões e discussões construtivas dos pontos a desenvolver no projeto, foi possível construir de forma conjunta uma proposta de projeto de curadoria que engloba as preferências, sugestões e participação de todos os artistas envolvidos.

Pretende-se, com este projeto, organizar a exposição de forma a interconectar a multiplicidade dos temas dos artefactos e as características e especificidades de todos, como partes constituintes de um único conceito, interligando-os também ao espaço onde decorrerá a exposição e aos demais participantes (incluindo o público).

O título escolhido para a exposição é RIZOMA.

CONCEITO

“qualquer ponto de um rizoma pode ser conectado a qualquer outro e deve sê-lo”
Deleuze & Guattari (1995)

Na filosofia, rizoma é um termo utilizado por Gilles Deleuze e Félix Guattari para descrever um sistema de pensamento ou de organização, interconectado e não hierárquico. Esta conceção foi adaptada do seu conceito botânico, onde a estrutura de algumas plantas possui brotos que podem espalhar-se e ramificar-se a partir de qualquer ponto, gerando novos segmentos igualmente capazes de se conectarem a qualquer outro, criando linhas de solidez e de organização que se destacam pela sua diversidade, multiplicidade, conectividade e estruturas não lineares. Inspirada nos conceitos de rizoma, esta exposição homónima representa um sistema de pensamento coletivo, multidisciplinar e não linear, onde se pretende desencadear uma reflexão sobre a complexidade do mundo contemporâneo, através da experiência sensorial e cognitiva, que transcende as fronteiras convencionais da arte. Cada ramificação evoca um processo híbrido e artístico, onde cada um dos artistas fez brotar intervenções transdisciplinares para criar arte, convergindo para um tronco comum – a Média-Arte Digital, enraizada na sociedade contemporânea.

Os visitantes são convidados a explorar a conectividade, a multiplicidade e a fluidez das relações entre a tecnologia, a sociedade e natureza, num processo ramificado de experiências, sensações e pensamentos, entrelaçando-se nas práticas artísticas e generativas e contribuindo para o crescimento e vivificação dos artefactos expostos. Esta interação em ação conjunta, em conexão com os diferentes parâmetros dos participantes, resulta em novas ramificações das mensagens exploradas no trabalho de cada artista.

Na exposição RIZOMA reconhecem-se, também, discretas manifestações de um caminho para o futuro em cada artefacto, através da exploração de ideias, momentos, ciclos e inspirações resultantes de múltiplas experiências humanas e de diferentes perspetivas, estilos e culturas. Cada artista se desafiou a revisitar o passado, criar no presente e refletir sobre o futuro, semeando novas narrativas num espaço de diálogo intemporal – o convento, enraizado na sua história e perene nos seus significados.

Assim, RIZOMA pode evoluir e desenvolver-se em vários ramos e nós, com a participação e engenho de todos, alicerçando a sua forma numa árvore generativa de fórmulas de diálogo, orientadas para o avanço de um pensamento coletivo ou individual, crítico e criativo, que nos encaminha para um futuro digital ainda conectado ao passado e às suas raízes.

RIZOMA é o resultado da ramificação generativa de ideias, de diálogos e da integração multidisciplinar das artes e dos métodos da a/r/cografia, onde cada um dos seus segmentos nasce a partir da experimentação de cada artista e da interação dos participantes. Os seus segmentos crescem e evoluem, alimentados por uma linha de investigação artística, procurando sensibilizar todos os participantes, perante uma multiplicidade de sentimentos contemporâneos, à procura de novos significados digitais e alertando para a conscientização de problemáticas sociais, através da Média-Arte Digital.

RELAÇÃO COM O CONVENTO DO ESPÍRITO SANTO

O Convento do Espírito Santo, em Loulé (Algarve), assenta em construções que remontam ao tempo do Califado de Almóada, os quais representam vestígios de muralhas e outras construções muçulmanas. No centro do convento encontra-se uma árvore que serviu de inspiração para a exposição RIZOMA.

A árvore representa múltiplos imaginários culturais, como o símbolo da criação da vida, as raízes, caule, folhas e frutos. A árvore da vida representa um arquétipo utilizado na mitologia persa, egípcia, assíria, budista e cristã.

O espaço histórico oferece uma atmosfera única e uma rica narrativa histórica que complementa e contrasta com as obras exibidas. A interação entre a arte digital e o ambiente do convento cria uma experiência imersiva e envolvente para os visitantes, ao mesmo tempo que promove uma reflexão sobre a relação entre passado e presente, tradição e inovação.

Através da fusão de elementos tecnológicos contemporâneos e da aura histórica do convento, os visitantes podem ser convidados a refletir sobre a transformação da sociedade, a preservação do património cultural e a própria natureza da arte.

Os artistas/curadores

Bruno Miguel Pinheiro

Célia Palma

Fernando Mourão

Jaqueline Moreira

Jorge Santos

Maria Cristina Cavalcanti

Marlene Soberano

Nuno Martins

Rennier Ligarretto Feo

Sílvia Venturinha Jermias

Yannick Pimenta